quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Brasil Colônia

A transferência da Corte Portuguesa para o Brasil


Todo sete de setembro celebramos o dia em que o Brasil foi proclamado independente de Portugal. Assim, o marco de nossa soberania política fixou-se no momento em que o então príncipe-regente, Dom Pedro I, oficializou o fim da colonização às margens do rio Ipiranga. No entanto, como podemos imaginar que um brado à beira de um rio seja capaz de fazer uma nação soberana?

Para entendermos melhor o nosso processo de independência, é de fundamental importância que nos desloquemos para outro contexto histórico: o estabelecimento da Era Napoleônica (1799 – 1815) no início do século XIX. Durante esse período, que encerra as turbulências vividas durante a Revolução Fracesa, Napoleão transformou-se em chefe supremo da nação francesa.

Em sua gestão, Napoleão tinha como grande meta industrializar a economia francesa através de um agressivo plano que combinava pesados investimentos estatais e uma política internacional agressiva. Naquela época, a maior potência industrial era a Inglaterra. Com isso, Bonaparte procurou retaliar o monopólio mercadológico britânico nem que para isso tivesse que ameaçar a soberania das demais nações européias.

No ano de 1806, o governo napoleônico impôs o Bloqueio Continetal à Europa. Segundo esse decreto, a França exigiu que nenhuma nação européia tivesse relações comerciais com a Inglaterra. Dessa maneira, o governo napoleônico ampliou seus mercados consumidores e, ao mesmo tempo, desestabilizou sua maior rival política, militar e econômica.

O príncipe regente de Portugal, Dom João VI, não acatou a ordem francesa. Isso porque, ao longo do século XVIII, a economia portuguesa assinou uma série de tratados econômicos que aprofundou demasiadamente a dependência de Portugal para com a Inglaterra. Em reposta à intransigência portuguesa, Napoleão ameaçou invadir o território português. Pressionado por Napoleão, o governo português acabou aceitando um plano da Inglaterra para contornar essa situação.

Os ingleses ofereceram escolta para que a família real portuguesa se deslocasse até o Brasil e garantiu que utilizaria de suas forças militares para expulsar as tropas napoleônicas do solo português. Em troca desses favores, Dom João deveria transferir a capital portuguesa para o Rio de Janeiro e estabelecer um conjunto de tratados que abrissem os portos brasileiros às nações do mundo e oferecessem taxas alfadegárias menores aos produtos ingleses.

Não tendo melhores alternativas frente à proposta inglesa, em novembro de 1807, cerca de 15.000 súditos da Coroa Portuguesa sairam às pressas rumo ao Brasil. Dessa maneira, entre os anos de 1808 e 1821, o Brasil se tornou o centro administrativo do governo português. Além de ter sido um peculiar acontecimento na história política portuguesa, a chegada de Dom João VI e seus cortesãos ao Brasil iniciou um conjunto de ações que enfraqueceram o pacto colonial.

Dessa maneira, podemos contemplar na admininstrção joanina um conjunto de ações que impulsionaram a nossa independência. Ao mesmo tempo, vemos que os gritos às margens do Ipiranga, de Dom Pedro I, não efetivaram as liberdades anteriormente concedidas durante a passagem de Dom João VI em terras brasileiras.

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